Devido às exigências das sociedades actuais assiste-se à proliferação de trabalhos urbanos para a substituição de tubagens para os serviços de águas, saneamento, gás, comunicações, etc. A tradicional técnica de abertura de valas a céu aberto para este tipo de substituições é cada vez menos atractiva devido aos constrangimentos e transtornos que causa na normal circulação de pessoas e tráfego acarretando prejuízos sociais e ambientais indesejáveis; outras vezes as próprias condicionantes de execução das valas a céu aberto, leva a médio/longo prazo a um acréscimo de custos devido à necessidade de recompactação e repavimentação das vias. Desta forma os sistemas de rebentamento tem-se assumido como a solução técnica inovadora e incontornável, na substituição de tubagens, que minimiza tais constrangimentos e apresenta uma relação custo/beneficio bastante competitiva.
O ‘hydroburst’ é um sistema de ruptura accionado hidraulicamente, que pode ser configurado para instalar sistemas de água potável, esgotos ou gasodutos, de 100mm a 400mm utilizando a tecnologia de ruptura de tubos. As unidades são, também, capazes de substituir ferro dúctil, aço galvanizado e corte de aço de 100mm a 300mm, dependendo da unidade utilizada, da profundidade do trabalho e das condições do solo. A haste é empurrada através da instalação existente, a partir do poço de entrada eligada a uma cabeça de ruptura que possui uma linha transportadora de substituição associada. À medida que a válvula de controlo é accionada, a haste é puxada na direcção do poço de saída. Esta, por sua vez, puxa a cabeça de ruptura, que rompe a velha tubagem e simultaneamente instala a nova, o sistema permite a instalação de tubagem com o mesmo diâmetro ou diâmetro superior ao existente. Quando a nova tubagem atinge o poço de saída, a cabeça de ruptura é removida e a nova tubagem pode ser ligada a instalação existente e colocada em serviço.
2. PROCEDIMENTO EXECUTIVO
1º FASE – INSPECÇÃO DO LOCAL DA OBRA
Antes da escolha do local de instalação do equipamento de substituição de tubagem, deverão ser verificadas algumas condições e analisada a viabilidade de execução, nomeadamente:
- Verificação das características geológicas, geotécnicas e hidrogeológicas do maciço;
- Levantamento topográfico do terreno;
- Levantamento das infra-estruturas existentes;
- Verificação das características da tubagem a substituir;
- Verificação dos acessos ao local da obra.
2º FASE – PLANIFICAÇÃO DA TRAJECTÓRIA DE CRAVAÇÃO
- Análise das características geológicas, geotécnicas e hidrogeológicas do maciço;
- Análise da topografia e do levantamento das infra-estruturas existentes;
- Análise do traçado da conduta instalada e das eventuais condicionantes;
- Definição dos locais de colocação do equipamento, ponto de entrada, trajectória e final da linha a substituir (fosso de saída);
3º FASE – COLOCAÇÃO DO EQUIPAMENTO EM OBRA
- Abertura do fosso de entrada, para colocação do equipamento de rebentamento, com um comprimento aproximado de 3,5 metros de comprimento e 1,5 metros de largura e cuja profundidade deverá ser a da soleira da tubagem a substituir acrescida de 0,5m. O fundo do fosso deve ser plano de forma a fornecer uma base estável para o equipamento de rebentamento. Quando as condições o justificarem é realizada a entivação do fosso;
4º FASE – REALIZAÇÃO DO REBENTAMENTO
Após a colocação e posicionamento do equipamento de rebentamento no fundo do poço de entrada são introduzidas varas no interior da conduta existente até ao local definido como ponto de chegada.

Fig. 2 – Introdução das varas no interior do tubo existente
No poço de chegada é montada uma cabeça de expansão, equipada com lâminas de rebentamento, que ao ser puxada promoverá a destruição da tubagem existente.

Fig. 3 – Puxe da cabeça de expansão e do tubo de substituição
Alternativamente, dependendo do tipo de tubagem a substituir, também pode ser montado um sistema de rebentamento pneumático, accionado por um compressor que promoverá a destruição da tubagem a substituir, por percussão dinâmica (Impactor).

Fig. 4 – Pormenor de rebentamento com configuração pneumática
A esta cabeça de expansão é ligada uma cabeça de arrastamento que é solidarizada à tubagem nova que irá substituir a existente à medida que é puxada.

Fig. 5 – Rebentamento e instalação da nova tubagem
Atingindo o fosso de chegada, retiram-se os equipamentos e refaz-se as caixas ou interligam-se as condutas por sistema de juntas, soldadura topo a topo ou outro, podendo-se então colocar a rede em serviço.

Fig. 6 – Aspecto da utilização de sistema de rebentamento de 40 toneladas
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